quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O CENSO ESCOLAR




Ao fazer um trabalho sobre cor/raça de cada aluno,  teríamos que pesquisar no censo escolar de cada turma. Não foi encontrada a tal informação.
Para realizar o referido trabalho foi necessário fazer essa pergunta aos alunos e depois eles respondiam por escrito: você se considera branco, negro, pardo, amarelo ou indígena?
Pelas respostas percebeu-se que a maioria autodeclarou ser branco. O fato de ter misturas com outras cor/raça, não influenciou muito em suas respostas. Ou talvez elas acharam mais confortável dizer que é branco, mesmo que sua característica física, diga ao contrário. Ou ainda, as que se declaram branca, acham melhor assim. Porque tem gente que repreende as crianças, dizendo assim: não pode dizer que é negro, não pode chamar as pessoas de negro ou negra. E isso fica confuso na cabeça da criança. Ideias ficam distorcidas.
Percebi em muitas falas de meus alunos essas ideias. Quando por exemplo alguém diz: Aquela menina é negra, e o outro diz : “sua racista, que coisa feia dizendo isso” ou quando fazem gestos dando a entender que o colega está dizendo nome feio , quando na verdade essa criança está apenas dando uma característica de uma pessoa.
Essas atitudes presenciadas em crianças, são resquícios de uma cultura que perdura desde a época da escravidão em nosso país.
Na época da escravidão a palavra negro foi muitas vezes usada como xingamento para os negros. Era utilizada e  carregada com expressões de  ódio, desprezo e as vezes até nojo. Parecendo assim que a palavra negro perdeu  o verdadeiro sentido que  era  e é a denominação de uma cor/raça ou etnia, de um povo que foi trazido de diferentes países do continente Africano.
Não se distanciando muito da temática, o dicionário físico que foi umas das ferramentas mais consultadas há alguns anos, tem como definição para a palavra negro, além de homem de raça negra, mais especificamente o dicionário Minidicionário Escolar de Língua Portuguesa na página 364,trás como definição de negro: maldito, sombrio, triste, funesto, infeliz, ameaçador, escravo.
Fica a pergunta por que tem gente que se ofende ao ser chamado de negro?
Diante de tantas definições e a pessoa de posse dessas significações e não se identificando com elas, prefere se declarar branco por parecer mais aceitável.
Uma questão cultural muito forte, que  ainda influencia nas respostas quando é perguntado sobre qual cor/raça a pessoa se considera. Embora atualmente se têm falado mais sobre preconceito e discriminação, estes ainda são bastante presentes em nossas sociedades. Dando a entender que o valor da  pessoa está na cor da pele e não que ela é realmente ,independente dessas características.
Infelizmente há quem pense que o negro não pensa, não sente e não pode exercer cargos de chefia ou algo semelhante. E ao mesmo tempo há movimentos para que essas ideias vão mudando aos poucos em nosso país, mesmo que seja lentamente.
Em minha escola percebi que meninos negros depois dos anos iniciais, perdem a "identidade", a maioria é chamada de negão. Meu filho também passou por isso e eu disse a ele que não aceitasse a ser chamado por outro nome que não fosse o seu.
É compreensível quando os alunos ao ser perguntado da cor/raça, responderam em sua maioria ser branca, embora suas caraterísticas físicas digam outras.
Para o aluno se perceber pertencente a outras cores/raças, inclusive a negra, é necessário um trabalho pedagógico mais intenso em relação as etnias, para que a criança aprenda a conhecer, a respeitar e valorizar, além de se identificar


REFLEXÃO SOBRE O MÉTODO PIAGETIANO


Esse método permite ver como a criança percebe o objeto a ser estudado, ou melhor, como se organiza em relação ao pensamento. O que para nós parece ser fácil e prático, e para que a criança consiga fazer ou perceber , precisará de um tempo para analisar, organizar e fazer de acordo com suas concepções.
Ao colocar os círculos dispostos um a um sobre a mesa e pedir para a menina Isa de cinco anos para organizar os dela igualmente, foi fácil. Foi perguntado se as duas fileiras tinham a mesma quantidade. Ela contou e disse que sim. Mas depois os círculos de uma fileira foram colocados distantes uns dos outros e os da outra fileira foram colocados bem próximos um dos outros e foi feito a pergunta se havia mais numa do que na outra e ela afirmou que a fileira que estavam com os círculos separados tinha mais. Isto é , ela não conservou o número.
 O método clínico serve para auxiliar o professor no sentido de compreender melhor como  seu aluno está organizando o pensamento, se ele tem a ideia de conservação ou ainda precisa adquirir.
Em outra situação o teste de colocar bolas de massinha de modelar em um copo com água e ver o que acontece com o nível da água, foi feito com o menino Eduardo de dez anos. Antes ´se pede que marque o nível da água e depois vem a pergunta : O que você acha que vai acontecer com o nível da água se colocar uma dessas bolinhas aí dentro? E ele responde que o nível da água sobe. Até onde você acha que vai? Ele marca e depois confirma. Outra pergunta:  se tirarmos a bolinha o que vai acontecer? E ele responde que o nível volta aposição inicial, e acaba confirmando. O mesmo procedimento é feito com duas bolinhas sendo colocada uma por vez.
Eu arriscaria dizer que o menino está fase operatória formal, embora esteja com dez anos, e foi feito apenas um teste. Estando nessa fase , ele é um menino que abstrai com facilidade, não necessitando do concreto para auxiliar em suas aprendizagens como em matemática.